terça-feira, 18 de março de 2008

A morte para a vida fútil...

"Não venho, não vim, nem vou,
Pobre 'doida! Só estou
Na tua imaginação,
Porque foi quem me criou.
Sou simplesmente ilusão.
Ouves? - Não faço segredo,
Sou uma sombra que o medo
Te faz ver por sugestão.
(...)
Deita abaixo esse capricho,
Ingrata! Assim é que pagas
À serva que varre o lixo
Das existências que estragas!
(...)
Transforma-te, se és capaz;
Mas tu não passas daí,
E nunca me vencerás,
Sem que te venças a ti.

Vês como falham os projectos fúteis,
Que, por vaidade, disseste ter feito?
Não têm base, grandezas inúteis,
Caem por si: só eu as aproveito."

Aleixo, A. Este livro que vos deixo. Lisboa

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